09 janeiro 2016

Tirem suas dúvidas: o que é Lúpus Eritematoso Sistêmico?

LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Lúpus é uma doença inflamatória autoimune, desencadeada por um desequilíbrio no sistema imunológico, exatamente aquele que deveria proteger a pessoa contra o ataque de agentes patogênicos. Lúpus pode manifestar-se sob a forma cutânea (atinge apenas a pele) ou ser generalizado. Neste caso, atinge qualquer tecido do corpo e recebe o nome de lúpus eritematoso sistêmico (LES). Estudos mostram que fatores genéticos e ambientais estão envolvidos no aparecimento das crises lúpicas. Entre as causas externas, destacam-se a exposição ao sol, o uso de certos medicamentos, alguns vírus e bactérias e o hormônio estrógeno, o que pode justificar o fato de a doença acometer mais as mulheres em idade fértil do que os homens.
Sintomas:
Os sintomas dependem basicamente do órgão afetado. Os mais frequentes são: febre, manchas na pele, vermelhidão no nariz e nas faces em forma de asa de borboleta, fotossensibilidade, feridinhas recorrentes na boca e no nariz, dores articulares, fadiga, falta de ar, taquicardia, tosse seca, dor de cabeça, convulsões, anemia, problemas hematológicos, renais, cardíacos e pulmonares.
Portadoras de lúpus eritematoso sistêmico podem ter dificuldade para engravidar e levar a gestação adiante. No entanto, a gravidez é possível, desde que sejam respeitadas algumas medidas terapêuticas e mantido o acompanhamento médico permanente.

Diagnóstico:
“American College of Rheumatology” estabeleceu onze critérios para o diagnóstico do lúpus. A manifestação simultânea de pelo menos quatro deles caracteriza a doença:
* Pequenas feridas recorrentes na boca e no nariz;
* Manchas na pele, especialmente quando exposta ao sol;
* Lesão avermelhada e descamativa com o formato de asa de borboleta, que surge nas laterais do nariz e prolonga-se horizontalmente pelas faces;
* Fotossensibilidade;
* Artrite – dor articular assimétrica e itinerante, especialmente nos membros superiores e inferiores;
* Lesão renal, que evolui rapidamente para insuficiência renal progressiva;
* Lesão cerebral – convulsão (muitas vezes atribuída a outra doença neurológica), ansiedade, psicose e depressão;
* Serosite – inflamação da membrana que recobre externamente os pulmões (pleura) e o coração (pericárdio);
* Anormalidades hematológicas ou penias;
* Anormalidades imunológicas;
* Fator antinúcleo (FAN) positivo.

Tratamento:
Existem recursos terapêuticos que ajudam a controlar as crises e a evolução da doença.
Os corticoides modernos apresentam menos efeitos colaterais e a
ciclofosfomida, imunossupressor usado nos transplantes, tem-se mostrado eficaz para controlar a formação dos complexos imunes.
Outra conquista importante é a plasmaferese utilizada para eliminar os complexos imunes circulantes e regredir as lesões renais e cerebrais.
Tem também a nova droga biológica Belimumabe ( Benlysta) que é um tipo de anticorpo que dificulta o amadurecimento dos linfócitos B para reduzir seu ataque aos tecidos saudáveis do organismo.
Segundo Roger Levy, professor da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e pesquisador que avaliou o Benlysta no Brasil, os efeitos adversos da cortisona aparecem com o tempo. “Anos de uso podem causar diabetes, hipertensão, aumento de peso, queda de cabelo e necrose nos ossos”, afirma.
A nova droga, porém, não é isenta de efeitos colaterais, incluindo infecções graves, náuseas, diarreias e febre.


Recomendações:
* Pacientes com lúpus devem evitar a exposição ao sol e usar protetores solares o dia todo;
* Os anticoncepcionais são contraindicados, porque o aumento dos níveis de estrógeno pode desencadear surtos da doença;
* Portadoras da doença que desejam engravidar devem seguir rigorosamente a orientação medica e dar preferência aos períodos de remissão das crises;
* O consumo de álcool, cigarro e outras drogas é absolutamente contraindicado;
* Respeitadas as limitações que possam ocorrer durante as crises, a atividade física deve ser mantida com regularidade.

Fonte: 

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